sábado, 8 de outubro de 2011

Vygotsky e a Matemática: Teoria e Prática.


   Acredito que não causará espanto a ninguém a afirmação de que o ensino de matemática no Brasil vai muito mal, já que a qualidade da nossa educação como um todo está mais que sofrível. Além de todos os problemas mais estruturais, amplamente debatidos no âmbito educacional e já bastante enfatizados nas diversas páginas deste blog, como, por exemplo, a falta de condições de trabalho, a inadequação dos currículos, a desvalorização da docência, etc., existem questões mais específicas, relativas à formação dos professores para lidar com cada área de conhecimento.
   Neste caso particular da matemática, o excelente artigo de Fávero e Neves (2009) evidencia lacunas na capacidade de professores e psicólogos para resolver e analisar problemas de matemática resolvidos por alunos. Estes que são profissionais que têm como parte da sua função justamente ensinar a resolver problemas e avaliar em que grau os estudantes conseguiram evoluir em relação ao domínio das competências de cálculo e raciocínio lógico!
   Face a este cenário, creio que, enquanto as "grandes" ações oriundas do poder público não fazem efeito,   qualquer pequena contribuição que possa proporcionar algum avanço na melhoria do ensino de matemática será bem vinda. Esta postagem, portanto, se enquadra neste segundo grupo.
   No primeiro vídeo (acima), apresentado pela professora Priscila Larocca, temos uma pequena síntese de algumas idéias chave do pensamento do psicólogo Lev Vygotsky, já discutidas em postagens anteriores desta mesma página (ver aqui, aqui e aqui). Neste vídeo, a professora retoma os conceitos de "interação social" (ver Colaço, 2004) e de "mediação semiótica" (ver Colaço e colegas, 2007), além de esclarecer sobre a importância dos "signos", da "linguagem" e dos "conceitos" na formação do raciocínio, buscando evidenciar as relações destes elementos da psicologia sócio-histórica para o ensino-aprendizagem da matemática no contexto escolar. 
   No decorrer da sua exposição, a professora Larocca oferece alguns princípios que devem ser assumidos por professores, não só no ensino de matemática, mas de qualquer outra disciplina curricular. A seguir, sintetizo estes princípios, tentando exemplificá-los com situações cotidianas de uma sala de aula, exibidas nos dois vídeos postados abaixo. As imagens foram gravadas em duas aulas de uma turma de terceira série, cuja professora estava ensinando o assunto "divisão".

1- Busque diversas formas de explicar (faça-o oralmente, lendo o enunciado escrito ou interpretando com suas palavras; dê exemplos; escreva esquemas no quadro;etc.);
   A professora Priscila Monteiro inicialmente lê o problema que está escrito no quadro (180 tortas para distribuir entre as 15 padarias), e, logo em seguida explica de outra maneira para toda a classe. Posteriormente, retoma o enunciado para os pequenos grupos, sempre que necessário. Vale ressaltar que muitos professores resistem a esta repetição, por considerar que os alunos devem sempre estar atentos e que esta atenção seria  tão necessária quanto suficiente para que eles memorizassem o que foi dito pelo professor de uma única vez.

2- Elaborar a linguagem paulatinamente (tendendo a um nível maior de abstração e generalização);
   Após relembrar com a turma que é permitido utilizar diversas estratégias de resolução baseadas em diferentes maneiras de representar, a professora enfatiza: terceira série já pode usar número! O número é certamente uma forma de representação que exige um grau de abstração maior, mas que a criança necessita percorrer um certo "caminho" até dominar o uso destes signos. A professora Priscila parece estar consciente disto, permitindo que os alunos pensem com os signos que já conseguem manipular. A partir do minuto 4:11, do primeiro vídeo, Priscila já tenta utilizar uma linguagem "mais matemática", mesclando com termos como "dar" e "faltam". No segundo vídeo, ela retoma as estratégias utilizadas pelas crianças para a resolução do problema das tortas e seleciona as mais avançadas para serem empregadas na solução do próximo problema.

3- Do familiar para o desconhecido (utilização dos conhecimentos prévios);
  Para uma melhor compreensão do enunciado do problema das tortas, a professora começa lançando mão de exemplos que as crianças conhecem (como se fossem lojas do Mc Donalds). Já no segundo problema, ela vai sugerir que os alunos utilizem as melhores estratégias conhecidas por eles na resolução do problema anterior. Esta é uma ação exemplar da docente, pois, quando se fala da importância da utilização dos conhecimentos prévios, alguns professores afirmam não ser possível acessá-los, pois não se pode fazer uma avaliação de todos os alunos antes de inciar cada assunto.

4- Ajudar o aluno durante o processo (intervir sobre a zona de desenvolvimento proximal);
   Nos dois vídeos abaixo, após a explicação para toda a turma,  a professora transita por toda a sala dialogando com os pequenos grupos, aproveitando os recursos de contagem já apropriados pelas crianças, questionando a adequação de algumas tentativas de solução, relembrando acordos prévios, instigando para que eles busquem, com os recursos que detêm, os melhores caminhos para chegar à resposta correta.

   Ao final do segundo vídeo, vale a pena escutar a professora Priscila falar sobre a distância entre as estratégias mais elementares utilizadas pelas crianças e a apropriação do algoritmo da divisão, que é o objetivo curricular. Toda a sua ação passa a ter sentido, quando vemos que ela está, coerentemente, mediando a internalização de um elemento cultural tão importante quanto a operação de dividir.





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37 comentários:

  1. Ajudou e muito. Pena que fui achar este vídeo hoje às 17h50min, sabendo que tenho que apresentar meu trabalho na faculdade às 19h10min. Mas pelo menos entendi, compreendi e saberei passar o conteúdo. Muito obrigado

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  2. O texto acima discute sobre o problema da dificuldade que os alunos enfrentam em relação a matemática. Entretanto, faz sentido considerarmos que, como o texto analisa e Moura (2007) também discute, o problema esteja na compreensão dos enunciados por parte dos alunos e na mediação pelos professores. Se o enunciado for claro, o professor der a devida assistência e conseguir ativar ou recuperar os conhecimentos prévios dos seus alunos alimentando a crença de autoeficácia deles, com certeza conseguirão avançar na matemática.

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    1. Exatamente. Infelizmente, porém, não sei quem escreveu este comentário. Preciso que as pessoas se identifiquem.

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  3. Pessoal, não deixem se identificar, quando form comentar aqui.
    Iron.

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    1. O texto de Moura (2017) e os vídeos apresentados é possível estabelecer uma relação quando a professora que apresenta o vídeo falando sobre os estudos de matemática de Vygotsk, diz que o ato de ensinar é um ato de mediação. E a eficiência dessa prática de mediação é mostrada nos dois últimos vídeos lançados, quando a professora do vídeo auxilia os alunos na resolução de problemas, mediando os conteúdos matemáticos e tentando aproximar os conteúdos com o cotidiano do aluno com a utilização de exemplos. Visto que, de acordo com Moura (2017) uma das formas de mediação é apresentar os problemas da vida diária em linguagem matemática para o propósito de cálculo. Que é o que a professora do segundo e terceiro vídeo faz. E outra questão bastante enfatizada tanto nos textos quanto nos vídeos é a questão da linguagem. Quando o texto de Moura (2017) enfoca a importância da linguagem no processo de aprendizagem de matemática. E que entender não é apenas identificar o que está sendo lido com algo já conhecido anteriormente. A professora do primeiro vídeo traz que a linguagem deve ser acessível mas que o professor deve introduzir uma linguagem mais elaborada aos poucos na medida em que seus alunos vão dominando os assuntos. A sugestão trazida por Moura (2017) em relação à aprendizagem de resolução de problemas matemáticos é que os professores se preocupem em oferecer aos estudantes situações diversificadas de problemas que exija o uso do raciocínio capaz de produzir estratégias para buscar as soluções. Que é o que basicamente o que a professora do primeiro vídeo trás, quando ela diz que os conteúdos centrais devem aparecer de diferentes formas, para que facilite o entendimento do aluno e para que o aluno aplique aquele conteúdo a outros problemas das mais diferentes naturezas.


      Larissa Barbosa Amorim

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  4. O texto acima discute sobre o problema da dificuldade que os alunos enfrentam em relação a matemática. Entretanto, faz sentido considerarmos que, como o texto analisa e Moura (2007) também discute, o problema esteja na compreensão dos enunciados por parte dos alunos e na mediação pelos professores. Se o enunciado for claro, o professor der a devida assistência e conseguir ativar ou recuperar os conhecimentos prévios dos seus alunos alimentando a crença de autoeficácia deles, com certeza conseguirão avançar na matemática.

    Lavínia (não identifiquei antes pq apareceu meu email, então achei que aparecia para o senhor também, rsrsrs!)

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  5. Sandy

    Segundo Moura (2007) o poder real dos números é a possibilidade de representação dos problemas da vida diária em linguagem matemática para propositivos de calculo, sendo assim os exemplos utilizados pela professora e as estrategias de aproximação e interpretação dos problemas com as crianças, fez com que elas compreendessem o contexto e pensassem em maneiras de resolver, para além de pensar nos signos numéricos em que muitas crianças e professores se apegam. Observei também que a professora favorece um ambiente acolhedor e estimulante para a aprendizagem matemática, algo que para muitas crianças sua auto crença em aprender não existe.

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  6. De acordo com o texto acima, o ensino da matemática em sala de aula muitas vezes acaba sendo um ensino sistemático que não leva ao aluno a relacionar o conhecimento adquirido com sua vida cotidiana.
    Os estudos de Dochrell e McShane (2000) revelam que as crianças frequentemente tratam as operações aritméticas como mera manipulação de símbolos, sem relacionar os números aos conceitos de quantidades a que se referem. Geralmente as situações- problema apresentadas em sala de aula são desconexas e não instigam o aluno a aguçar suas estratégias para resolver os problemas. É fundamental que os alunos tenham contato com situações que expressam elementos de seu mundo real para melhor aprendizagem (DOCHRELL; MCSHANE, 2000).
    Acho pertinente a colocação da professora do primeiro vídeo quando a mesma ressalta que para solucionar um problema podemos utilizar diversas estratégias como contar nos dedos , desenhar ou simplesmente utilizar os números, desmistificando a ideia da conta totalmente certa ou totalmente errada. Outro fator importante é a mediação das estratégias propostas nos vídeos.
    Deixo como inquietação o pensamento de que o ensino de matemática não tem sido eficaz para os alunos tidos como “normais” imagine para aqueles que apresentam algum tipo de deficiência física/cognitiva.

    Larissa Lima Santiago

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  7. Após a leitura do texto, e assistir os três vídeos, é possível evidenciar alguns aspectos, e um desses é o que a autora traz logo no início do texto, em que as crianças apresentam dificuldades em representar os problemas quantitativos do mundo real de forma matemática, passo principal necessário para resolver problemas, principalmente com enunciados escritos. Com relação ao isto os três vídeos apresentam propostas em que é necessária uma mediação de conteúdo/linguagem, em que a matemática e/ou conhecimentos matemáticos revelam várias incertezas, principalmente quando se falam em operações matemáticas. Daí surge a importância que tanto o texto quanto os vídeos trazem, da utilização de estratégias, que devem ser socializadas e contextualizadas pelo professor para que o aluno compreenda as ideias e as dê sentido. O que vem a envolver a consistência do aluno nas atividades propostas pelo professor nas resoluções de atividades mostrando passo a passo e se necessário repetir informações para que o aluo possa se familiarizar com o desconhecido. A professora no vídeo está sempre se remetendo a questão de esta acompanhado o aluno, ou seja, ele perceber que tem alguém ao seu lado, o que inclui a mediação por outras pessoas. Outra questão muito pertinente falar é o conhecimento prévio, fazendo relação com o cotidiano da criança e o cálculo mental procurando saber o que ela já sabe e o que já usou. Por fim, os dois trazem a importância da linguagem, o que está relacionada a mediação de conteúdo, visto que a matemática possa vir a ser mediada através da linguagem/signos

    Manuela Machado

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  8. No texto apresentado em anexo, a autora menciona que "as dificuldades em resolução de problemas podem aparecer na compreensão do problema, na construção de um modelo matemático ou na execução de estratégias de resolução dos problemas com enunciados escritos." (MOURA, 2007. p.307). Dessa forma, entende-se que a leitura precisa está associada a matemática para uma melhor compreensão dos problemas a serem resolvidos. Porém, com o resultado da pesquisa, percebe-se que nem sempre é necessário uma leitura fluente para conseguir resolver os problemas, tendo em vista que as crianças que não tinham leitura fluente também conseguiram resolver normalmente os problemas escritos.
    Dessa forma, é preciso que haja uma interação e mediação do professor, buscando formas de explicar os problemas, para que sejam entendidos.
    Um outro ponto importante que o professor precisa está atento é a utilização dos conhecimentos prévios dos alunos, entendendo que cada um trás sua bagagem de informações sobre determinados temas. Esse é um tema tão importante que foi muito discutido nos blocos anteriores.
    Um outro ponto interessante é a forma como a mediadora apresenta as diferentes formas de chegar ao resultado, deixando livre a escolha das crianças qual o melhor jeito de chegar ao resultado final.
    Acredito que de tudo o que foi lido e visto nos vídeos, o "está junto", mediação como forma de se fazer entendido, seja a melhor maneira de conseguir o objetivo proposto que é a aprendizagem.
    Raides Anunciação.

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  9. Ao ler o texto de Moura (2007) e assistir os vídeos percebe-se que ambos dialogam quando em um dos vídeos mostra que a professora não despreza a possibilidade de ler o enunciado da questão para melhor compreensão dos alunos, isso faz com que a criança internalise e entenda.
    segundo mayer (1983), a compreensão do enunciado matemático é o primeiro passo para a solução do problema. para compreender questões a pessoa precisa traduzir a linguagem expressam informações matemáticas e isto requer conhecimentos linguísticos, semânticos e esquemáticos que facilitem a compreensão da tarefa, permitem a sua representação em termos ajudam a elaborar um plano para resolução. outro ponto importante que me chamou atenção é as estratégias de aprendizagem que são usadas e a professora alem de mediar valoriza cada um deles sempre questionando como foi que chegou no resultado, e fazendo criança pensar em ouras possibilidades, importante que a turma esta divididas por grupos, acredito que isso ajuda na troca de conhecimentos, os conhecimentos prévios são considerados e a partir desses são aprendidos novos. por fim com a reflexão dos videos e textos é notório o quanto a mediação do professor ajuda no processo,as estratégias que são utilizadas e que se o ensino da matemática não fosse visto como bicho papão teria resultados positivos e não panico.

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  11. Remeto a frase do primeiro vídeo da professora Priscila Laroca " o ato de ensinar é um ato de mediação". Nos demais vídeos é perceptível como a professora elabora isso bem, utilizando as situações-problemas e relacionando com a vida cotidiana. Segundo,Moraes (2007),defende que a compreensão é baseada em habilidades cognitivas e lingüísticas da criança, o planejamento envolve a construção de representação matemática do problema, a execução do plano significa a realização de uma ou
    mais estratégias e procedimentos matemáticos previamente selecionados e a verificação é uma avaliação que a pessoa faz para reconhecer se a sua estratégia resolveu a situação problemática". Dessa forma, pode-se perceber a importância de professores
    se preocuparem em oferecer aos estudantes situações diversificadas de problemas que possibilite-os o uso
    do raciocínio e de um pensamento matemático capaz de produzir estratégias e a busca de
    soluções. Os conteúdos matemáticos podem ser mediados através de signos, ou seja, através da linguagem.

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  12. Segundo Moura (2007) os números possibilitam a representações de problemas do cotidiano na linguagem da matemática, sendo esta uma das práticas utilizadas pela professora, no vídeo, ao repetir os conteúdos de formas distintas na tentativa de trazer a familiarização dos alunos com os conteúdos através dos conhecimentos prévios, assim como afirma Larocca em um dos vídeos. Ao trazer as repetições de formas distintas, a docente pretende promover a compreensão do enunciado matemático com o intuito de facilitar a solução deste, concordando com Moura (2007) apud Mayer (1983).

    Moura (2007) afirma que “Não se pode, portanto, afirmar enfaticamente que para se compreender uma situação-problema de matemática é necessário ler o enunciado fluentemente.” (MOURA, 2007, p.313), estando este argumento transparecido quando a professora oportuniza aos alunos a possibilidade da resolução da situação problema acontecer da forma que este achar melhor, podendo utilizar desde desenhos à números, concordando com Larroca que ressalta a importância do docente simplificar a linguagem, mas também avançar a mesma de acordo com o grau de dificuldade dos alunos.

    Vitória da Silva Ribeiro Pinto

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  14. O texto de Moura (2007) inicialmente aborda a importância da resolução de problemas para a aprimorar o pensamento, raciocínio lógico, a autonomia, o desenvolvimento de habilidade na criação de estratégias para diversas circunstâncias e a capacidade para enfrentar situações adversas. Nesse sentido, a professora conecta a matemática com a vida real. Observa-se nos vídeos a importância da intervenção do professor e as diferentes maneiras para a resolução das situações-problema, a necessidade de instigar para retomar a memória dos conhecimentos prévios e sempre que necessário repete o problema para que haja memorização e facilite a resolução.
    Dessa forma, segundo Polya a criança precisa entender o problema, planejar um método, executar o plano e verificar se obteve êxito, tornando possível a partir da mediação eficaz do professor.
    Outro ponto importante é a elaboração dos enunciados dos problemas, visto que podem se distanciar dos conhecimentos, conceitos e ideias que os estudantes tem ,dificultando a compreensão no processo de construção da aprendizagem.
    Com isso, é indispensável o uso de técnicas e estratégias que possibilitam o desenvolvimento mais efetivo dos estudantes na compreensão dos signos portadores de significados socialmente e culturalmente construídos para que internalizem o que foi aprendido.

    Viviane dos Santos Pereira

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  15. Demonstrando dificuldades que podem ser encontradas no ambiente de uma classe escolar e os possíveis motivos destas estarem acontecendo, o texto de Moura (2007) traz demonstrações, explicações e possíveis soluções para as dificuldades que apresentam-se nas salas de aula, relacionando-se ao que a professora Larocca indica em sua explicação sobre a da dificuldade e aprendizagem da matemática e o papel da mediação na elaboração de conceitos, trazendo princípios que os professores devem assumir. Vale ressaltar que a explicação da professora Larocca (teoria), vem se desenvolvendo nas ações da professora Priscila Monteiro (prática) demonstrando que as duas são indissociáveis. Ainda, Moura (2007) traz análises demonstrando que o enunciado dos problemas trazem diferentes dificuldades para os alunos principalmente quando o professor não consegue mediar de maneira que ajuda-os na compreensão. Portanto sendo claro enunciado do problema ou os alunos recebendo uma boa mediação baseando-se nos quatro princípios apresentados pela professora Larocca e nas estratégias apresentadas por Moura 2007), buscando as memórias dos alunos, o avanço com certeza será mais significativo e o processo será menos "doloroso".

    Elismara Alves Estanislau

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  16. Após a leitura dos textos e a exibição dos vídeos é possível perceber como ambos discutem sobre aprendizagem de matemática, que muitas vezes tende a ser uma tarefa difícil para o aluno pois é comum um ensino sistemático, sem significado, sem relação com a realidade do aluno dificultando assim sua compreensão e a resolução de problemas por parte dos mesmos.
    De acordo com Polya (1994) at al , para resolver problemas a criança precisa primeiramente entender situação proposta, em seguida planejar um método de resolução, executar esse plano e assim verificar se o plano respondeu ao problema proposto. A professora do video segue essas fases mediando o conhecimento até que seus discentes compreendam os significados e conceitos. Além disso, quando vai ensinar a seus alunos é possível inferir que esta respeita o tempo dos mesmos, faz utilização de conhecimentos prévios, auxilia na compreensão dos problemas, permite que os alunos use diversas estratégias de aprendizagem ou seja, está sempre interferindo na zona de desenvolvimento proximal .
    Aline Pimentel

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  18. O texto traz uma reflexão acerca da matemática que é praticada na sala de aula, para que a aprendizagem do aluno seja significativa, precisar ser humana, os alunos necessitam ter capacidade de resolver os problemas, relacionando com o mundo.
    A forma como a professora do vídeo auxilia os alunos demonstra a importância da intervenção, para que eles consigam resolver os problemas com os recursos de cálculo mental que já possuem, e da socialização de estratégias. Podendo relacionar isso com o vídeo de Larocca, em que explica que é bom procurar diferentes formar para o aluno compreenda, mediando através de signos, utilizando exemplos, uma linguagem mais acessível e trazendo assuntos partindo do que eles já sabem. Então, quando a professora lança um novo desafio, ela já sabe o que eles já conhecem, pois eles estão dominando o conceito ao poucos.
    Moura (2007) traz que a sugestão é que os professores se preocupem em oferecer aos estudantes situações diversificadas de problemas que exijam o uso do raciocínio e de um pensamento matemático capaz de produzir estratégias e a busca de soluções ainda não existentes.
    Julia Kelly

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  19. O ensino de matemática tem tomado a característica de ser mecânico, sem qualquer reflexão, o que tem distanciado cada vez mais os alunos de um ensino de qualidade. Diante da leitura do texto de Moura (2007) é possível compreender que a matemática tem muito mais que números soltos a oferecer, e além disso, o docente pode contribuir mais significativamente para uma melhor aprendizagem dos alunos, mas para isso é preciso que tenha clareza em pontos chaves do ensino da matemática.
    Autores como Dochrell e McShane (2000) tem estudos que apontam que as crianças compreendem a matemática como mero manuseamento dos números, dando a esse ensino a função mecânica, visto que não conseguem relacionar os problemas matemáticos aos do seu cotidiano. Grande parte dessa adversidade tem sido por conta dos enunciados, que não detém clareza.
    É importante que após o entendimento do enunciado, os alunos partam de conhecimentos já adquiridos, assim como o texto e os vídeos acima abordam, no texto de Moura (2007) a autora cita que um ponto importante para a resolução de problemas é o fato de que as pessoas consigam relacionar os conceitos matemáticos com as ideias que estão armazenadas na memória, o que considero utilizar os conhecimentos prévios.
    As estratégias são formas significativas para a resolução de problemas matemáticos, a docente dos dois últimos vídeos dá muita ênfase as estratégias que foram criadas pelos alunos, cada um em seu nível e a professora auxilia no processo de evolução dos discentes quando sugere por exemplo que “terceira serie usa números” ou que “agora quero que vocês resolvam sem utilizar desenhos”. Partindo para o pensamento produtivo, que é quando uma pessoa produz novas soluções partindo de uma organização ou reorganização das informações do problema possui um pensamento produtivo.
    Há pontos importantes para um bom ensino de matemática, que são eles: O docente não se preocupar em ser repetitivo ao ler e explicar o enunciado; dar exemplos contextualizados, que façam parte do dia-a-dia dos alunos; manter a complexidade dos conceitos matemáticos, visto que, as crianças são capazes de compreender, o que precisa ser feito é uma adaptação da linguagem; partir de conhecimentos prévios, ativando a memória para construir estratégias de resolução; auxiliar os alunos durante todo o processo.
    Juliete Santos

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  20. O texto de Moura (2007) se dedica, primeiramente, a tratar das causas da dificuldade que as crianças apresentam em se apropriar de conceitos matemáticos. A autora faz uma interessante relação entre os conhecimentos que a criança deve convocar para resolver a forma mais comum de atividades matemáticas: resolução de problemas escritos. Moura relembra que, ao se deparar com esse tipo de exercício, a criança precisa evocar tanto conhecimentos pertencentes à língua escrita, bem como relacioná-los aos conceitos matemáticos, decifrando qual o cerne da questão. Para além da aplicação dos princípios básicos da aprendizagem regulada (planejamento, monitoramento e avaliação), os estudantes devem se apropriar da generalização dessas ações, como foi ressaltado tanto no texto como no primeiro vídeo. Dessa forma, a professora deve observar se a dificuldade do aluno está no campo da língua escrita ou se refere a dificuldade em apreender os conceitos matemáticos.
    Além disso, a forma como o problema é levado também interfere significativamente. Pode-se perceber isso na prática da professora do segundo vídeo, em que ela contextualizou o problema, monitorou a lógica de resolução do problema das crianças, retomou o problema em outra aula, discutiu coletivamente as formas utilizadas pela classe para resolver o problema, dando possibilidades diversas para que as crianças resolvessem um problema similar.
    Por fim, conclui-se que deve-se estimular a capacidade de raciocínio da criança por meio da generalização de conceitos; observar como a criança resolve o problema e ajudá-la a pensar em outras maneiras de resolver o problema; tendo em mente o cotidiano da criança, partindo do familiar para a expansão das Zonas de Desenvolvimento Proximais.

    Vanessa

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  21. O texto de Moura (2007) fala que que os professores não precisam só ensinar situações problemas mas também precisa instigar os alunos a alcançar a solução das situações que são propostas, com novas formas e caminhos, fala também que a maioria dos problemas matemático se encontra no fato de que as crianças não possuem habilidades para relacionar a matemática com o mundo. Dando ênfase em como a maioria dos enunciados das questões que são propostas na escola tendem a ter uma interpretação equivocadas por parte dos alunos.
    Destaca que para se ter sucesso na resolução de problemas matemáticos os alunos precisam ter conceitos bem estabelecidos e armazenados na memória tanto que Selva( 1983) traz que “a meta principal da escola em relação ao ensino de matemática seria tentar estabelecer uma ponte entre símbolo e as situações em que os símbolos são representados favorecendo o desenvolvimento da compreensão dos conceitos matemáticos”. O vídeo acima fala da importância da mediação do professor e do aluno entender as representações dos signos. Destaca que quando o professor estiver ensinando matemática não se importar em ser repetitivo e utilizar de diversas estratégias para que o aluno aprenda.

    Andreia Silva

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  22. Moura 2007 traz uma reflexão sobre a compreensão dos alunos em relação a matemática, de acordo com o autor a forma que é ensinado aos alunos é algo mecânico, sem sentido,l e com isso os alunos sentem muita dificuldade em compreender os problemas matemáticos que são passados para eles em sala. De acordo com o autor é necessário que o professor busque trabalhar com assuntos que faça parte do cotidiano dos seus alunos, para que dessa forma façam sentido para eles, e consigam fazer uma ligação entre o que está escrito e seu mundo real.
    Assistindo aos videos pude perceber como é importante trabalhar com os conceitos e linguagens que faça parte do cotidiano dos alunos. Foi notável também como a intervenção da professora é importante e pode ajudar na compreensão dos alunos, bem como o uso de estratégias para tentar solucionar o problema. A professora deixava as crianças livres para escolher a melhor estratégia para resolução da atividade, sempre questionando como chegaram aquele resultado. Outro ponto ponto também citado por Moura é o uso da memória, o que também é percebido no vídeo, quando alguns alunos ao tentar resolver a questão utilizam de conhecimentos que já tem em sua memória para resolver.
    Contudo percebe-se que tanto nos videos como no texto de Moura, traz a importância de trabalharmos a matemática de maneira mais significativa e com linguagens que facilite a compreensão do aluno, instigando-os a procurar a melhor forma de resolver ou compreender os problemas matemáticos, e sempre fazer intervenções que busque ajudar ao aluno avançar.

    Viviane Ramos

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  23. Segundo Polya (1994) "para resolver problemas a criança precisa primeiramente entender a situação proposta, em seguida planejar um método de resolução, executar esse plano e, em seguida, verificar se o plano respondeu ao problema proposto". Portanto, como discutido no primeiro vídeo a mediação do professor é de extrema importância; sempre que possível partir dos conhecimentos prévios das crianças e utilizar diferentes recursos para a compreensão do problema apresentado. É interessante quando a professora da ao aluno a oportunidade de solucionar o problema de acordo com seus conhecimentos, no entanto para aqueles que mesmo assim não conseguiram penso ser importante resgatar as estratégias utilizadas por eles destacando o porque da dificuldade e assim apresentar uma nova.

    Keila Maria

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  24. De acordo com o texto, Moura (2007) evidencia que "Normalmente a escola ensina os conteúdos da matemática escolar e posteriormente aplica
    nos alunos uma série de problemas para resolverem.", isso implica, na minha opinião, em um maior distanciamento por parte dos alunos no que diz respeito aos conteúdos que precisam ser trabalhados, uma vez que estes parecem não ter sentido concreto na vida dos mesmos. No vídeo sobre mediação, a professora enfatiza a importância da mediação semiótica para a aprendizagem, sobretudo da matemática, o que Moura (2007) pontua muito bem quando diz sobre a necessidade dos professores desenvolverem habilidades estratégicas na crianças para que apresentem um melhor desempenho na resolução de situações problema. Em ambos os vídeos sobre divisão, a professora Priscila acompanha os alunos, o que mostra como é fundamental a zona de desenvolvimento proximal nesse processo, sendo um dos principais aspectos do desenvolvimento das crianças. Ela age buscando diferentes maneiras para explicar o conteúdo partindo do que os próprios alunos já sabem a respeito, além de utilizar uma linguagem acessível sem deixar de lançar desafios para que os alunos avancem. Sendo assim, o ambiente, bem como a mediação de maneira que vise o desenvolvimento do aluno, traz bons resultados na aprendizagem, principalmente matemática.
    Buna Manuela

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  26. Ao assistir os vídeos anexados a esta publicação, bem como ter feito a leitura da postagem e do artigo de Moura (2007) - AVALIAÇÃO DO PERFIL DE POTENCIALIDADES E NECESSIDADES DE CRIANÇAS EM RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS MATEMÁTICOS - pude identificar que os problemas de aprendizagem da matemática estão mais intimamente relacionados com as maneiras de condução do ensino.
    Notam-se avanços significativos na resolução de situações problemas quando são demostrados para os estudantes a real importância e aplicabilidade desta área do conhecimento no seu cotidiano. Faz-se necessário, portanto, ao docente, conduzir o raciocínio e a reflexão de maneira segura e dinâmica, o que consequentemente ocasiona a utilização de estratégias didáticas que elevem a motivação dos alunos na resolução das mesmas. Moura (2007) ressalta que durante sua pesquisa os alunos investigados apresentaram o seguinte repertório de habilidades necessárias para resolução de problemas: informações matemáticas (uso de regras, algoritmos aritméticos, símbolos), boa leitura e compreensão, os quais podem ser aprimorados. Neste caso foi possível inferir que as suas necessidades estão no âmbito de um contato maior com situações-problema que requeiram a utilização do pensamento produtivo que os façam, além de compreender a situação, elaborar um plano, executá-lo e verificar sua procedência. (MOURA, 2007)
    É pertinente nesta discussão reafirmar a valorização das diversificadas maneiras (estratégias) de alcançar o resultado final, rompendo com o paradigma sistemático do ensino e a importância do papel do docente mediador deste processo, construindo com o discente a evolução de seu aprendizado em todos os momentos das dificuldades.

    -- Laina Daínan

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  27. O texto traz algo pertinente em nossas vidas tanto quando estudantes da escola básica, tanto agora, como professoras. Ao falar que, tratamos a matemática como mera manipulação de símbolos, acreditamos que é algo histórico ver esse campo de conhecimento como algo difícil e distante da compreensão, mas são as formas que nos é ensinada e tradada que nos fazem querer esse distanciamento. O texto traz que os professores devem estimular os alunos e trazer os problemas matemáticos para o cotidiano, para que os mesmos entendam e possam fazer suas próprias relações, encontrando significado de aprender. Podendo fazer essas relações o estudante usará de estratégias para a resolução e não somente aplicar as fórmulas de forma mecânica e que acaba por ser desistimulantes. O ato de ler aparece no texto junto com a matemática, não podemos separar um conceito do outro,pois, a leitura faz a mágica da interpretação funcionar, um problema bem interpretado pode ser facilmente resolvido.

    Gessica costa

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  29. Associando a leitura do texto de Moura (2007) com os vídeos relacionados vi que a resolução de problemas deve ser entendida como um processo, que começa em tomar um problema real, traduzir em linguagem matemática, obter daí a solução e a partir dessa solução matemática voltar e tirar conclusões sobre a situação real na qual a criança partiu. Então tem que ser pensado como um processo, onde cada parte é importante: a tradução, a resolução e a conclusão. O mais difícil é as crianças entenderem a situação problema, de focar atenção nos detalhes que a situação traz e entender o contexto da situação. Interpretação é uma palavra fundamental para o entendimento de situações problemas. Colocar a criança frente a uma situação problema em que ela ao raciocinar sinta a necessidade de uma ferramenta, seja ela uma adição ou uma subtração, pois no momento que ele sente a necessidade dessa ferramenta, isso passa a fazer sentido para ela. No vídeo é possível ver a estratégia das professoras e o cuidado que elas têm ao ensinar, onde não é só ensinar matemática para resolver problema, nem teorizar só sobre resolução de problemas, mas ensinar matemática enquanto resolve o problema.
    A resolução de problemas possibilita que o professor signifique o conhecimento matemático, aproveita a atividade, problematiza a situação e cria a situação em que a criança vai precisar resolver problemas sempre trabalhando o desenvolvimento de estratégias para suas soluções, sempre envolvendo situações do dia a dia que fica muito mais fácil para poder solucionar por diferentes caminhos; mostrando que um problema nem sempre é resolvido da mesma forma, mas se pode chegar no mesmo resultado final.

    Ludimilla Rocha

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  30. No texto de Moura (2007) se estabelece uma analise da relação de aprendizagem no ensino da matemática e o primeiro vídeo com as teorias de Vygotsky. Com isto é possível afirmar a importância da mediação feita pelo professor durante esse processo, (MOURA, 2007) traz que: "Atividades de resolução de problemas são extremamente úteis, pois aprimoram o pensamento, o raciocínio lógico, a autonomia, a capacidade de enfrentamento de situações adversas, o desenvolvimento da habilidade de criar estratégias para diversas circunstâncias." Sabe-se que quando o professor utiliza diversos métodos para auxiliar a aprendizagem, ela ocorre de forma tranquila e seus processos podem ser analisados com mais cautela.
    Os dois vídeos em que mostram o momento da resolução do problema em sala é possível observar como a professora faz a mediação em todos os processos, fazendo a leitura do problema e aproxima da realidade dos alunos com exemplos, ela direciona as diversas formas de encontrar o resultado e auxilia os alunos durante esse processo mostrando formas mais rápidas para soluciona-lo.
    Quando se faz a leitura do problema em voz alta em sala, auxilia na compreensão dos alunos que tem algum tipo de dificuldade linguística durante a leitura, pois um grande problema é a não compreensão do que é lido e com isto não é possível ter uma analises nas possibilidades de resoluções, Moura (2007) traz uma citação em que se faz relação sobre esta importância, Polya (1994) traz que: "para resolver o problema a criança precisa primeiramente entender a situação proposta, em seguida planejar um método de resolução, executar esse plano e, em seguida, verificar se o plano respondeu ao problema proposto."
    Porem Moura (2007) em contrapartida traz que crianças que não tem leitura fluente também conseguem resolver os problemas matemáticos propostos, portanto não pode-se afirmar que apenas as crianças com leitura fluente vão conseguir resolve-lós.
    Com isso podemos confirmar a importância do educador na mediação do conhecimento e na relação do conteúdo com a realidade dos alunos durante a sua pratica pedagógica.

    Thais Neves

    obs: só tive acesso ao vídeo hoje.

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  31. Moura (2007) nos apresenta em seu texto que a aprendizagem da matemática na sala de aula precisa estabelecer uma relação entre a matemática como atividade humana e como atividade organizada, formal. Portanto, é preciso estimular a resolução de problemas de forma a desenvolver habilidades úteis na vida, seja no campo matemático, como de forma mais ampla, aprofundando capacidades de pensamento abstrato, autonomia, enfrentamento de situações adversas, etc.

    Os vídeos em questão complementam o texto na medida em que oferecem situações reais na qual a resolução de situações-problema em matemática é trabalhada. Um dos primeiros elementos importantes para esse trabalho é exemplificado na cena em que a professora dialoga com um grupo de 4 estudantes (2:11 no primeiro vídeo): ao invés de reforçar a lógica de repetir operações aritméticas, ela indica que o que está em jogo não é tanto "qual a conta", mas construir um caminho para saber quantas tortas vão pra cada loja. Assim, facilita que os estudantes se apropriem da linguagem matemática como representação e instrumento de intervenção quantitativa no mundo real. Do mesmo modo, ao permitir que os estudantes utilizem as estratégias que já possuem nesse primeiro momento, ela consegue avaliar concretamente em que grau de apropriação cada um está em relação a essa linguagem, além de dar mais força para convencê-los da necessidade, facilidade e eficiência que a organização formal da matemática pode lhes proporcionar na resolução de problemas.

    Assim, quando apresenta as diversas estratégias utilizadas na turma ao fim da aula, abre um caminho para que os estudantes construam não só representações mentais reprodutivas, mas especialmente produtivas, ou seja, onde eles possam produzir novas soluções com diversas formas de organizar ou reorganizar as informações do problema.

    Por outro lado, quando restringe a utilização de estratégias "visuais" na segunda aula, a professora demonstra que é importante no processo de aprendizagem não ficar simplesmente preso na estratégias que já se desenvolveu: ela cria uma situação na qual as crianças que ainda tem dificuldade com os aspectos formais da matemática vão precisar se apropriar de novas estratégias para resolver os problemas, condição fundamental para transformar os conhecimentos de matemática cotidiana em elaborações da matemática formal. Assim, a escola pode cumprir sua função de relacionar os símbolos matemáticos com situações concretas de modo a facilitar a produção de resoluções, para além da mera repetição mecânica de operações.

    Rodrigo Rehem de Almeida

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  32. Após a leitura do texto e de assistir aos vídeos percebi que os mesmos trazem considerações importantes a respeito do ensino da matemática, o qual o professor precisa técnicas de ensino, dominar o conteúdo e fazer com os conhecimentos se torne interessante e faça sentido para o aluno, de modo que o mesmo consiga resolver as questões matemáticas partindo do pressuposto do que eles já sabem. Por certo que o papel do professor é de mediar a aprendizagem desses estudantes através de uma linguagem bem acessível de forma que eles compreendam. Todavia deve introduzir aos poucos uma linguagem mais elaborada, à medida que eles vão avançando.
    A mediação da professora deve partir dos símbolos e seus significados e com a matemática não pode ser diferente, pois se trata de uma comunicação. Conforme os alunos se apropriam dos conhecimentos mais simples, o professor deve ensinar os mais complexos, de maneira criativa e que instigue os alunos, e sejam levados a refletir sobre as diversas estratégias para alcançar os resultados através dos cálculos. Porque dessa maneira os alunos são estimulados a ligar os conhecimentos adquiridos através do convívio sociocultural e conseguirá explicar exatamente como ele pensou, pois dessa forma o professor pode saber avaliar melhor o processo da aprendizagem dele. Segundo Moura (2007) “Atualmente é inegável a importância de os estudantes serem capazes de solucionar problemas. Atividades de resolução de problemas são extremamente úteis, pois aprimora o pensamento, o raciocínio, a autonomia, a capacidade de enfrentamento de situações adversas, o desenvolvimento da habilidade de criar estratégias para diversas circunstâncias. Nesse sentido, atividades de resolução de problemas são altamente produtivas nas escolas e os professores necessitam, não só oferecer situações-problema como também, instigar os estudantes a desejarem alcançar a solução das situações propostas, encorajando-os a buscar caminhos para a solução.” O professor se torna um facilitador da aprendizagem tornando os estudantes autônomos, sempre lembrando que para avançar é necessário que os conhecimentos básicos estejam bem fundamentados, pois assim o mesmo será apto para contextualizar o problema. O professor não deve se importar caso precisa reforçar algumas vezes os conceitos para que todos os alunos se apropriem. Em fim quando os alunos aprendem diversas estratégias para resolver uma questão matemática, ao invés de simplesmente responder sem explicar como chegou ao resultado, ele está automaticamente se preparando também para a vida.

    Jucinéia da Silva Lopes

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