sexta-feira, 28 de maio de 2010

Axé, escola, Axé!!!

Enquanto nosso modelo anacrônico de escola vive se queixando da falta de apoio da famíla ao processo de escolarização da sua prole, os movimentos sociais têm conseguido, por meio de novas fórmulas, novas estratégias, inserir no processo educacional, crianças e jovens que romperam precocemente com os vínculos familiares. Disso resulta inevitável a questão: será mesmo imprescindível a participação da família na educação escolar?
Não é demais lembrar que as imposições da vida contemporânea muitas vezes impedem uma participação mais ativa da família na educação escolar dos seus filhos. A falta de tempo, a falta de conhecimento, a falta de estratégias, fazem com que os pais ou responsáveis deleguem à escola essa função. A escola, por sua vez, alega que não pode arcar sozinha com essa responsabilidade. No meio desse fogo cruzado, estão os alunos, que ficam sem a educação de ambas as partes.
E assim, seguimos, preservando com afinco as desigualdades sociais, zelando para que nenhum estudante oriundo da famílias de baixa renda ouse ter conhecimentos suficientes para romper a linha que demarca a região que serve de base para sustentação da pirâmide social.
Vale a pena finalizar com uma citação do Vigotski, de conteúdo tão óbvio quanto negligenciado:
"Potencialmente, a criança contém muitas personalidades futuras; ela pode vir a ser isto ou aquilo. A educação produz a seleção social da personalidade externa. A partir do ser humano como biótipo, a educação, por meio da seleção, forma o ser humano como tipo social" (Vigotski, L. S. Psicologia Pedagógica. Porto Alegre, Artmed, 2003, pg 82)





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